casinhas com lua

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ilustres digitais

sábado, 11 de fevereiro de 2012

visita rica

Muito legal a página de Christiana Nóvoa, refrigerante e musical dá um baratobom, falando de um sorriso entre suas letras e miúdas denúncias do cotiano particular (é como dar um pulinho no céu e deixar os estresses nas suas pequenuras terrenas!). Vale a bisurada diária:

Desejo

Uma casinha lá em cima, no caminho, perto da mangueira, junto do mato e daquelas flores (minhas vizinhas das manhãs e dos passeios, bem cedinho, antes dos bons-dias amorosos e repletos de esperanças, aos primeiros passarinhos). 
Bem lá, perto do nada (e do cerne do tudo...). Respiração funda, profunda, como que “capturando o mundo” e enchendo os pulmões. Expiração consciente e depurativa. Uma pequena ginástica, o braço abre um arco, a perna avança... de saudação a vida (sempre cercada de nomes orientais e babilaques, que ficam pelo caminho da memória e escorrem pelo ralo do esquecimento; só o movimento, de se estar/ser no mundo). Sim, essa casinha: pequena e simples, de um quarto e uma sala, uma pequena cozinha e um banheiro de bom chuveiro. O telhado de barro, telha vermelha, velha. Se tiver forro, ótimo. Se não tiver, também. Chão de cimento pintado, encerado - pois a madeira e os tacos ficaram em outra época. Uns tapetinhos para amenizar o frio do pé ou do corpo, quando no chão. Uma janela maneira, com uma vista simpática. O silêncio. Um toque de múrmurio do dia, mas bem distante. Essencialmente o silêncio.

HAI-KAI

Se morremos... ficamos imortais.
Esta frase (quase um dístico para uma lápide triunfal) tem um jogo de palavras muito interessante. Remete a 2 vertentes férteis: de um lado segue o caminho racional, da lógica – se já morremos, não podemos morrer mais. Parece quase como uma boa rasteira numa realidade que não podemos alterar (por enquanto?), é fatídica, inexorável.
A outra segue, outro tipo de leitura e abre um universo além da visão imediata da nossa vida do dia-a-dia: relata um caminho de volta à imortalidade (de onde viemos e para onde voltamos, com nossa colheita – crédito e débitos resultantes de nossas ações e vivências; e sempre algum aprendizado e evolução).
Traz o enfoque da vida enquanto escola, em que nossa alma se burila, aperfeiçoa; ou deixando de aproveitar oportunidades, estaciona. Remete a lembrança de um conhecimento milenar, já exposto em vários relatos registrados desde as mais antigas civilizações, de que somos espíritos encarnados em corpos - e com uma passagem provisória sobre o planeta. E não o entendimento de que somos apenas corpos e possuímos um espírito, alma.
Achei engraçado e interessante. Parece um hai-kai.